segunda-feira, 23 de maio de 2011

No sábado, cartografias flutuantes bem espaçadas no fundo branco. Anterior, eu andava pra lá e pra cá pensando em como me virar sem um celular em 2011. Ele me empunhou um pequeno livro de Manoel de Barros, um desses que podem marcar um fim, já que tudo deverá terminar em um livro. Abri numa página qualquer, visualizei um trecho dizendo que ele era rascunho de sonho e fechei para apalpar o outro objeto: cardápio. Fizemos uma curta caminhada pelo estreito bairro da Gávea e nos organizamos em um mesa que cortava o bar em dois lados de maneira que o som era retido pelas pessoas laterais à mim, e eu não conseguia participar das conversas.
Pescava palavras, intuía continuidades e assim fui por quase 2 horas, hesitando em fazer perguntas aos tais curadores que poderiam muito bem ser nossos amigos de copo ou colegas de faculdade. Passei então a observar a forma de organização dos móveis, dos quadros na parede, dos copos sobre a mesa, e vez ou outra fingia uma atenção ao campeonato francês de futebol. O importante a ser dito é que estou me relacionando melhor com as construções estáticas do que com pessoas.

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