domingo, 31 de julho de 2011

A metáfora da "minestre riscaldate" ou o acúmulo de atraentes vazios.

Então é isso: tudo o que faço é viver de passados, que tomei por inacabados quando na verdade tiveram um fim que não idealizei. Por isso insisto em meias histórias que não enganam intensidade, mas aparecem como um provável presente, com o qual mantenho uma relação de auto-sabotagem, porque de alguma maneira, me nutro deles, como pensamentos sobre sentimentos e não sentimentos reais. Eu não os amo. Só gosto de pensar que poderia.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Três horas bonitas

Quando a Leda falou vagarosamente da Marina na primeira madrugada fria daqueles dias de São Paulo. A Marina, que é infância no prazer mais puro, experimenta a transição na compreensão e na incapacidade habitual de saber dizer não.

O pai da Leda e a Ivone, vestidos com roupões bordados com seus respectivos nomes, na preguiça de sábado, na identificação mútua que existe espalhada pelos cantos mais inesperados.

A Iera discursando pausadamente, sobre sua conversa minutos antes, com a Marina. Ela explicava que achava muito boa a idéia de morar com uma amiga aos 20 poucos, importante tirar boas notas, e finalizou contando que estava com o Artur porque ele era o melhor de todos eles. O Artur olhou rapidamente pra ela, confessando seu amor silencioso.

quarta-feira, 27 de julho de 2011


Projeto para um presente de natal que já foi
Odeio dicionários escritos como pistas de caça-tesouro em círculo. Quando se procura uma palavra, a definiçao dela é um simples sinônimo. Quando procuramos o sinônimo, a definição dele é a tal primeira-palavra opção.
Depois de ver o gmail da Leda todo organizadinho, me bateu um certo transtorno obsessivo compulsivo tecnológico, e resolvi organizar todos os detalhes do meu próprio email. A anita disse que na modernidade ou pós-modernidade, como gostam de dizer os -ólogos e os descolados, podemos definir as pessoas pelos seus emails. Eu nao sei se isso é muito verdade, mas manter todos os meus arquivos digitais e as pequenas doçuras enviadas e recebidas durantes alguns anos, em extrema ordem e limpeza colorida, me trouxe um ar de nova vida e ufa! agora só me falta organizar o armário, os papéis de seis anos de faculdade, a auto-estima e encontrar um amor pra andar de mão dada.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Se eu ficar, conto cada vírgula, esquina, sorriso e lágrima do vento que apareceu por aqui. E você, você tem mais o que ler.

sábado, 16 de julho de 2011

Acabo de ler seu e-mail sem fim. Acho que compreendo a idéia de um acontecimento como atividade essencial para alguns tipos de rompimentos ou desligamentos de sensações que assim, se tornam pretérito perfeito. Como você, acho que estou preparada para ser agora nesse tempo, sem ser excessivamente ansiosa, engolir comida antes da hora, ouvir frases pela metade e gastar todos os dias sendo puramente nostálgica. Me lembro do dia que passei alguns bons minutos dentro daquela cozinha que continuava no banheiro, onde de uma eu podia me ver no reflexo do espelho da outra, tentando explicar que não, nostalgia nao era a tradução. Mas sim, é ela mesma. De fato, as prováveis confirmações que precisamos nos são entregues de maneira bem natural. O que não é fluxo natural, é parte de outro grupo. Mas os principais movimentos da vida, religião e amor não o pertencem. Continuaremos isto nos dias que se seguem, frios, como gosto.

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Não adianta essa quebra no plano, chegar pelas costas e supor que se interessa, quando não! Não é o seu assunto favorito.
Quando o cara perdeu o equilíbrio e me vi segurando dois copos em meio ao pequeno grupo de gente, dei mil voltas em torno de mim mesma e consegui me entregar novamente a paranóia do falo demais ninguém aguenta. Mas existe a possibilidade do meu corpo ter sido afetado pela ingestão de algum alcool e por meus traços leoninos. Disseram.
Foram diversas combinações (re)feitas no meu pensamento paralelo e eu me senti um pouco surda, as vezes ignorando completamente as informacões sonoras e te procurando nos intervalos entre as pessoas e o poste de luz que fincaram na ladeira.
sim, essas combinacões nao fazem muito sentido assim como a minha história do cara de voz desafinada que tinha um desenho de ombro um pouco além, ocupando a minha zona de conforto e se movimentando sem parar. Existem truques para a ultilização dos espaços. E existem uns outros que estabeleci como essenciais, para ser, com você. Um dia te conto.

quarta-feira, 13 de julho de 2011

É possível que eu tenha desistido de você, depois de ter feito uma lista clara na minha cabeça nessa ultima manhã onde quase perdi o ponto. Ter me dado conta, de puxar a cordinha, e da importância de fazer os prós antes dos contras, me trouxe certa vantagem de tempo, mas os fragmentos de Madame Bovary lamentando o prazer do amor reverso me produzem verdadeira nostalgia amorosa, que se transforma em tentação e quando vejo, lá estou eu, voltando aquele ponto, onde não saio do lugar.
Acho que decidi sentir saudade silenciosa.

terça-feira, 5 de julho de 2011

Devo voltar aos sonhos. Tenho medo quando eles parecem previsões.
A menina do meu trabalho disse que todas as vezes em que ela sonhou com dentes, algum familiar não muito próximo morreu. Assim, certeiro. Eu não gosto muito de acreditar nessas verdades que estabelecem para interpretações, porque por exemplo: minha irmã é dentista e está propícia a sonhar muito mais vezes com dentes do que todos nós (acredito que não existem dentistas lendo este blog).
Mas dessa vez, no próprio sonho, eu ouvia o que ele dizia enquanto arrumava as coisas dispostas na cozinha americana, e nesse enquanto, sentia aquele discurso como uma introdução a notícia principal. Como contornos. Sem nem sequer receber as tais palavras, me desdobrei em monstro e o ataquei! Mas quando acordei pensei nesse sonho, como uma certa comunicação, porque ele me sugeriu uma espécie de gosto, vindo da atitude mais certa: deixar partir.

domingo, 3 de julho de 2011

Na nova experiência do clube do livro, arremessamos o formal fantástico Saramago pela janela: chega de redigir documentos onde pessoas que cortam a cabeça nao morrem!
Intermitências feitas com Angelica Houston, pornochanchada particular e 8 garrafas de vinhos italianos. Morte ao bukowski, uquelele e a casa dos sonhos na pedra.
Nao ha prazer maior que a oportunidade de ser, escondido. De um lado, o instinto criativo de Marky Ramone e seu cabelo armado pela umidade. Do outro, a pintura como coisa mental. Os raciocínios prévios sobre o meio que expande, desarranja, influencia e promove experiências de desconforto e assídua catarse. Pra quem com livros se ganha tempo, ali, era o dia eterno.