terça-feira, 28 de agosto de 2012

O nosso corpo vai onde a gente decide ir também e cria amarrações meios maneiras métodos um percurso num entendimento do espaço, reconhecimento rápido ou tardio. o corpo ali relaxa ou estranha, demora, não participa mais, se esconde reclama não encaixa não dorme não quer mais funcionar. A cabeça direto ao coração, ou seria o contrário? diz pra ele, é hora de mudar, e ele vai, procura experimenta sente anota proclama declama e tudo outra vez...

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Novo Capítulo: quando alugarmos um trailer para cruzar os Estados Unidos de costa a costa, ouviremos Michael Kiwakuka. E só.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Eu tenho medo que acabe. Eu sempre tenho medo que acabe. Antes mesmo de começar já tenho medo que acabe. Tenho medo de falar pelo cotovelos e uma hora falar grosseria, sei lá, esquecer, folgar, abusar, ir além. Não magoar porque olhei pro outro do lado. Isso não, simplesmente porque meu amor é muito fiel a ele mesmo. Só tenho essas besteiras de achar que a felicidade tá muito grande, então posso tropeçar na rua a qualquer momento. Eu desenho muitos futuros. Todo dia um diferente. E neles, eu também tenho sempre medo que acabe. Tenho medo de fim de mundo, medo da quantidade, medo da falta, medo que acabe.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

No sábado que começou frenético, eu já estava com um olho aberto e o outro fechado as 6 da manhã, quando ele chegou no ônibus noturno e me enviou uma mensagem dizendo que estava bem, estava no Rio. Eu era ou estava ansiedade pura, não só pelo nosso reencontro, que é sempre novo, sempre o primeiro, e sempre de anos, mas porque faria minha primeira exposição oficial de toda o inventário de afetos que carrego comigo já faz um tempo. Umas coisas que já foram ruins, excessivamente dramáticas, engraçadas, estranhas e que hoje em dia, incrivelmente, consegui transformar em celebração. Os corpos de diferentes partes da cidade e diferentes tempos da história conjunta, vieram participar e encontrar um coração honestamente exposto em uma porção de papel e muito branco. Eu não relatei isso pra qualquer pessoa, mas chegar a um ponto onde todas as coisas importantes que senti, formam um emaranhado de matéria plástica, de beleza (porque sim, me orgulho dela) e fragilidade interessantes, como sua própria essência, é um alívio avassalador, como respirar depois de um loooongo mergulho composto de inúmeros questionamentos silenciosos, um bocado de raiva, uma descrença tamanha e um pouco de deixa a corrente me levar, afinal é tudo água, somos todos água também. Ou isso é maturidade bem vinda ou foi essa coisa de ser premiada com amor, que muda tudo rapaz, muda tudo.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Hoje eu só queria dançar Tim Maia o dia inteiro com você.

terça-feira, 29 de maio de 2012

Eu sou muito daquelas que quando comete um erro, ouve com atenção mas tem vontade de se derramar em lágrimas naquele mesmo instante em que está sendo repreendida, e pensa em se entregar de bandeja como se o pequeno erro fosse reflexo de todas as capacidades, escolhas e invenções. Ai depois chega em casa se achando o cocô do cavalo do bandido, escreve tudo no blog, tem um momento depressivo pessoal e acorda com a cara inchada. Mas hoje eu errei a preposição e to cagando pra isso.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

A melhor coisa a se fazer quando estamos apaixonados é discutir sobre planos quase impossíveis como alugar um trailer para cruzar os Estados Unidos sem ter dinheiro, tempo, ou carteira de motorista.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Existe uma coisa interessante no tempo mais escasso, algo mais saboreado, uma exaustão meio divina e uma preguiça muito bem vinda e nada castigada no final de cada dia, e assim, de cada semana.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Convido todos você para minha exposição individual que durará apenas um dia em um esquema mais intismista em um apto na Praça São Salvador, Rio de Janeiro, ao lado do Bar Brasil. Até lá!

sábado, 28 de abril de 2012

A minha atividade de sábado preferida: vagar pelos cômodos da casa, pensar pelo cômodos, começar uma atividade e continuar em outra, não fazer absolutamente nada e não ascender nenhuma das luzes. Observar a luz natural desmanchando sobre cada recorte. Existir por ali enquanto o escuro preenche a casa inteira. Continuar vagando, dessa vez tateando o já conhecido. Eu e a casa. Em silêncio.

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Acho que estou construindo amor.

domingo, 15 de abril de 2012

Na minha caixa de email, ela toda ressentida questiona a ausência dele devido ao rompimento da amizade e o motivo (provavelmente inexistente) desse sumiço todo. Não sei explicar, até porque vivemos durante algum tempo em países diferentes e mesmo quando vivíamos aqui, ele andando no metrô sem encostar as mãos nos ferros de equilíbrio gordurosos, eu não conseguia desvendar quando ele gostava, quando não, era tudo a mesma coisa. Tento ser sucinta, argumentando que as relações são assim mesmo: mudam às vezes para melhor, às vezes para pior e lamentamos alguns percursos e ficamos guardados em casa se perguntando porque motivo idiota alguém deixou de nos falar algo, para sempre, algo. Depois penso que é mais que natural que ele fiquei do lado do melhor amigo e te odeie porque você mudou o seu corte de cabelo, porque na verdade, ele não te odeia por nada, mas ainda assim é o melhor amigo do outro. As pessoas escolhem lados por convenções simples, porque é mais fácil não ter que lidar, porque não terão de dar explicações justas aos melhores amigos, e sim, no mínimo, aos conhecidos. E assim, não o farão. Eu acho que só vale a pena tentar desvendar os motivos pelos quais as pessoas nos falam, e não porque o deixam de fazer. É mais doce, e mais divertido.

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Vou desvendar toda a discografia dos Beatles, decorar todas as letras, conhecer todas as gravações e todos os arranjos.
Vou aprender créole e algum instrumento de sopro. Não vou mais trocar o r pelo s, e vou parar de fingir que as empanadas de carne moída são alho poró. Vou criar a poção mágica que encurte as distâncias, acelere o tempo, prolongue o instante, tudo isso, só quando a gente precisar. E quando o sol estiver pra nascer, a fome se manifestar, as pessoas entrarem em contato, vou cantar a música do Vinícius de Moraes "podem me chamar e me pedir e me rogar" e fingir que o mundo não existe, porque é isso tudo que a gente faz quando se apaixona.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Eu andava pela Avenida Paulista num inverno tardio de novembro e minha falta de equilíbrio acabou me trazendo sorte. Não o vi, apesar de seu tamanho nada discreto, e acabamos nos esbarrando em frente aquele prédio que estava coberto pela metade por um tipo incomum de papel de parede. Depois de nos olharmos, analisamos em silêncio o papel de parede. Eu disse primeiro: resolveram mudar o cinza por esse papel de parede geométrico. Como será que essa decisão foi feita? Ele respondeu: talvez tenham feito uma votação da reunião de condomínio depois que alguém trouxe a sugestão. Aquele papel de parede iria instaurar um novo padrão arquitetônico (ou decorativo) para a Avenida que estava repleta de prédios lisos em tons de cinza e alguns vidros espelhados.
Concordamos na suposição e caminhamos em direção ao único lugar aberto para comer àquela hora. Quando fiz meu pedido, batata recheada com strogonoff de carne, ele olhou um pouco decepcionado e disse que tinha que encontrar um amigo.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Agora eu exercito meu medo de voar com freqüência, e quando penso que vou morrer ( o tempo inteiro do vôo), imediatamente mentalizo uma comida gostosa ou penso em como vou sorrir quando encontrá-lo. Planejo vida e passagens promocionais com semanas ou às vezes meses de antecedência, mas fora isso, só consigo idealizar alguns dias na frente, quando vamos dormir juntos ou ficar sentados criticando a roupa das pessoas aleatórias que passam. Os últimos tempos correram num piscar de olhos, acho que porque eu estava pra lá de feliz mesmo sabendo que tenho muitas inquietações. Considerando também que talvez eles tenham passado rápido porque são tempos curtos, talvez curtos demais pra já entregar o pretendente, carino, parceiro, pra metade da família de uma só vez. Juro, juro que não planejei nada disso. Só desejei toda a delícia da sua companhia. No mais, as coisas tem acontecido daquele jeito: às vezes são rio, às vezes são mar.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A caminho da meia-noite, constato que eu tenho medo de só pensar que larguei tudo pela metade porque pensei que não era muito capaz e na verdade largar foi o que não me tornou capaz. Aqui estou eu, uma metade de quase tudo que já fiz, rodeando o mundo em busca de soluções para os próximos anos enquanto comparo minha vida profissional com a de pelo menos 30 amigos do meu círculo de convivência (que fazem coisas bastante distintas das que escolhi pra mim)e calculo se o erro foi a maneira como comecei ou o erro ainda é não acreditar. As pessoas cansam de repetir que o que não vale é ficar parada se lamentando do que não acontece e colocando a culpa nos outros. A verdade é que tomo isso como consciência todas as manhãs quando acordo, e preciso dizer que não deixo de tentar nem um dia, e quando um não funciona, parto pra outro e outro e mais outro. Desde quando comecei a provar coisas e me desanimei com uma porção delas, por falta de estímulo intelectual ou babação de ovo em execesso, venho rodando e rodando sem parar, numa ansiedada catastrófica que me come as noites de sono leve e me traz sonhos não interpretáveis que alimentam meu blog e nada mais. Não sei pra onde andar, se não para frente. E me envergonho de reclamar, porque tive tudo e mais um pouco quando olhei pra vida e ela me disse sim. Só fico pensando se agora ela começou a dizer não.

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Tudo que eu precisava era abrir meu baú de declarações, de romantismos (dos outros) colecionados em trechos, fotos, legenda de filme, sei lá. Tudo aquilo que eu esperava mostrar e dizer, no dia em que eu o encontrasse.
Eu nunca acreditava nos 45 minutos do segundo tempo, que a letícia sempre contava e agora me pego colocando moldura na foto que tirei as 6 da tarde na varanda em Santa Cecília enquanto segurava o tempo na mão, e ele, o tempo, todo manso concordava em ficar ali. As inquietações da vida não diminuiram, só mudaram. Desaprendi a escrever e continuo duvidando do futuro. Mas de você, amor (o amor), não duvido mais.