sábado, 12 de junho de 2010

Fazia o tempo seu papel de passar e me tornar incapaz de pronunciá-lo. Parece que quando você começa a não achar tudo tao incrível, é porque de um certo ponto começou a enxergar a cidade como uma parte sua, não como um turista. É uma sensação estranha, mas olho menos mapas, estou alegre.
As pernas estão a mostra, achei que tivesse ouvido meu coração começando a bater fora do corpo mas ai as palavras que vem distantes se embaralham e quando a gente não esta materializado, ficar frio acontece mais rapido.
Estamos gargalhando juntas na cozinha que meu corpo em repouso consegue alcançar os quatro cantos; pra dentro do prédio, minha voz ecoa, aqui eu falo forte, não alto.
Os vícios internéticos, os livros se multiplicando na estante, os sapatos e os papéis. Domingo Aniv. Lucenne, dobrados sobre o escuro, je n'aime pas superbonder ultra, imprimir uma foto de alguém conhecido, seu telefone, désolée j'ai fini ton thé, enleios: 4 meses!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Nesse finalzinho de Março, sai de Paris pela primeira vez.
Depois de tantos anos, o revi. Ou, o vi. Os tempos reescrevem pessoas.
Tenho vontade de passar meu dedos sobre o seu rosto, pra retribuir a gentileza e quebrar o frio que vejo por ali. A guinness parece café. Dublin abriu um sol, foram momentos muito lentos e outro rapidos demais. O aviao da madrugada me levou pra Londres. Nao sei se sempre chuvosa, mas sim, como a conheci. Estive angustiada por aqueles dias, meus pés doeram mais do que esperei, mas que fotografias aquelas de Irving Penn , e a fabrica dos meus sonhos amontoados, Tate, a tesoura de Louise Bourgeois, a sala pesada de Beuys, um portugues Juliao reescrevendo sombras de Bataille e Joyce. Me deixem sozinha por um tempo aqui; Respirando o silencio como nunca fiz antes. Voltei muito rapido, perdi o horario, o pique, a explicaçao.
Me senti voltando mesmo pra casa, com o corpo desmontado no trem iluminado de mais um novo caminho de Paris. Meu quarto demorou pra esquentar. Pareceram decadas. Tudo parece muito. Eu escrevi muitos muitos. Uma musica se escolheu sozinha, de volta a rotina, o primeiro de abril poderia ter sido pegadinha. Parece que era pra dar errado. So fechei os olhos com pesar. O amor de mae dela, liquido liquido liquido, perdeu o alvo. Sinto falta dos meus portos seguros, mas se eu nao for tentar ser maior, de que vale ser uma? Minha pronuncia arranhou as cordas, mas bebemos um copo de vinho na aula. Consegui terminar o dia bem, parece.


Estou ha 68 dias em Paris.

terça-feira, 23 de março de 2010

(essa sou eu sorrindo sozinha)
Eu me atrasei hoje, porque falei com a minha irmã, correndo a história.
Mas andamos pela beira do rio num calorzinho gostoso, encontramos a patisserie des rêves, envergonhamos na hora da foto, permeamos uma passeata de enfermeiras, e ela me contou sobre seu amor tcheco.
Um homem estava ali na beira, mas virado pro muro, folheando um livro pornô;
Era hora do almoço.
As pessoas estão bonitas com seus óculos escuros, todas sentadas nas calçadas,
enquanto os turistas acenam dos barcos que nao cessam. É tão bom já se sentir um pedaço da cidade.
Acho que perdi peso esses dias. Como como não devo, não como quando devo.
E a vida vem assim rapidinho, sem mais os mergulhos no mar, estou aqui vivendo sozinha, minha cozinha, meu quarto, meu acento meio duro, minha voz que não está rouca. Dai então, me aparece alguem tão imaterial que sopra palavras, e não me reconheço: Paris e você me fazem outra. Tentei enxergar meu futuro, merci, ainda bem que não vejo.
Mas também tem os dias de hesitação: como vou explicar toda a autobiografia relacionada, os trabalhos para o outro, perai perai...em francês?
Partiram sem hora essa semana. Como o último, o primeiro:
Minha primeira polaroid, a primeira discussão, o primeiro pic-nic, a primeira cerveja verde.
Ja abro a porta da pequena varanda que da pra Rue de L'essai.

Estou ha 56 dias em Paris

terça-feira, 16 de março de 2010

Pergunte ao corpo como ele organiza os espaços de tempo em memória, afeto, e histórias que não chegaram ao fim. Meu presente é um presente todo dia,
quando abro o casaco porque o corpo suou um pouquinho. (faço graça, riam vocês, quando o suor é precioso.) Por certos motivos, esse lugar tem sido esclarecedor, por outros, tem me confirmado esperas como interlavos essenciais de todo passeio.
Se lembra quando os atendentes eram estupidos, as roupas colavam, ou eu achava que não iria me recompor?
Não existe nada de errado em sustentar o meu único modo com extratos de pessoas. Nos dividimos para sermos nossos e de todos que devem: ter.
Eu vou...meu cabelo ja cresceu muitos dedos; meço pela franja. Meus olhos estão mais bonitos pelo que veem no reflexo deles. Aqui embaixo, todo dia um instrumento.
Tem dia que saio pra esquerda, tem dia que saio pra direita. Entre a 7 e a 5, o chá doce da mesquita se avisa pelas janelas. Sara nos fotografou na bela manhã de segunda-feira. Lá no norte, desde a voz que declama poesia na sala calada ao verso que ele escreve a cor do canto da boca dela, me arrepio.
O ar de paris está na minha parede, meu chá esfriou, demorei a parar com os suspiros.


Estou ha 49 dias em Paris.

terça-feira, 9 de março de 2010

Nesse 1 mes que passou voando, mas que tambem me doou a sensaçao de ter vivido muito na cidade, eu percebi que muitas coisas funcionam aqui. O onibus chega em 17 minutos exatos, os saloes burocraticos tem suas multidoes de pessoas, mas resolve-se tudo como o desejado, as pessoas dizem, as bicicletas sao trocadas, os dias vão....nao sei, é um sensaçao de uma maquina bem pensada. Claro, que se pensar em listas, vou conseguir fazer uma de coisas que conclui como muito mal feitas, mas em geral, tenhos menos dores de cabeças com elas. Vez ou outra escuto o barulho baixo que a cidade faz a luz do dia. Os franceses sao nosso oposto: sussurram. Vez ou outra, me escolho trilhas sonoras, e quando tem sol, os franceses até entram no ritmo, vestindo chapeu de paetes rosas, polainas listradas ou cabelo verdes. O preto deve diminuir na primavera, a ousadia deve aumentar. Tenho cumprido meus compromissos comigo mesma: ir a pelo menos um museu por semana, mas nao resisti a nutella e os queijos baratos.
Hoje posso dizer que estou legalmente na frança, porque depois de 28 segundos sem minhas roupas, duas respiraçoes profundas, uma radiografia do pulmao, e perguntas médicas de praxe, ganhei um selo no passaporte. Meu exercicio sao as escadas.
Eu ando imaginando sempre como seria se eu parasse pra conversar com metade das pessoas que cruzam o meu caminho diariamente. Falando em diario, tenho feitos minhas notas de memorias, escrito meu sorriso pra quem lê, me aproximado, e me afastado,
porque afinal, o que interessa sao as pessoas.
Na minha fala meio maltrapilha, acredito que minha voz fique mais fina,
queria que meu coraçao estivesse suspenso. Como eles todos devem estar.
Hoje saí com a boca vermelha.


Estou ha 41 dias em Paris.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

O tempo diminuiu em Paris, as coisas aumentaram. Com a respiração ofegante, as 10 pras 4 toquei a campainha, tomamos um café, ele mostrou a casa, eu falei 300 coisas sem respirar, e encontrei na prateleira cheia de livros, os fragmentos originais. Le discurs amoureux saiu debaixo do braço, e depois sentei sozinha no jardim vizinho, que me vez suspirar sequenciadamente, e fingir que não sentia frio porque o sol estava ali. Meu dia foi poesia.
Andei quadras sem luvas; acho que todos esses caminhos me fizeram lembrar de tanta gente ao mesmo tempo, que não consigo ainda organizar as imagens e escrever o que poderia pertecer a cada um. Vapores saiam das janelas da antiga mesquita, eu sorri com todos esses meu pedaços. Pra se viver em Paris, tem de se ter amor.

Estou ha 27 dias em Paris

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Com neve cobrindo suas bases, as árvores daqui, do quarto andar, reproduzem uma beleza especial. Cheguei adiantada, um rapaz de boina me ajudou a encontrar a sala, pediu meu telefone em seguida, fiquei envergonhada, mas minhas bochechas ainda estão geladas.

Essa é a primeira semana de aula. Venho no metrô todos os dias contando o número de estações e perdendo o numero de batidas por minuto do coração, temendo todas as coisas novas que podem aparecer pelo caminho. Ao mesmo tempo, anseio por elas.
Não tive muita chance de grandes contatos verbais. Só com uma chinesinha simpática que coinscidentemente escolheu todas as mesmas matérias que eu. Trocamos sorrisos de cumprimento a cada nova sala.
Sento na primeira fileira, meu desgaste pra compreender acontece em dobro, qualquer som que nao seja a voz do professor cria uma quebra no meu raciocinio: preciso escutar aquilo, e só aquilo.
Comecei com "arte e vida", que me pareceu um nome um tanto vago, mas que tinha grandes chances de ser algo relacionado aos fatos cotidianos como tema central nas abordagens artísticas. Não foi muito isso. Um professor la perto dos 60, café na mão, lentidao no passo, falou sobre diversos assuntos, e concluindo? uma discussao sobre a tridimensionalidade na arte contemporanea, renovaçao da analise critica e historica, e o ensino do olhar. Interessante, mas não entreguei meu nome num papel.
Na quarta-feira, quase uma multidão completava a sala pra ouvir Mallarmé: o livro- objeto, livro de artista, livro-fetiche. Com o nome atraente, a aula me pareceu dificil na mesma dose. Uma Análise das tres primeiras paginas de "poèmes" foi feita por um professor com menos de 40, blazer e calça de cortes impecáveis, discreto, gay, com dentes feios e simpatia no olhar. Se entender o pouco do que li da poesia de Mallarmé,em português, ja era dificil, imagine em francês. Para ler alto, um rapaz de voz atraente se habilitou. Eu levantaria o dedo, se não fosse a certeza de tropeçar muitas vezes na pronúncia. Um passo de cada vez. Silêncios, Silêncios, intercalados: os desesperos. Me arrisco nos escritos franceses, nos dele, e nos meus, que devo começar a qualquer instante. Quantas palavras podem existir no mundo? Aceito que nunca vou dominar qualquer lingua. Até essa. Língua nem é de se dominar.


Estou ha 21 dias em Paris.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Aqui se compra baguete que nao cabe no emrulho, as ruas estao cheias de guimbas e tambem existem atrasos e confusoes de salas em francês. Os predios da universidade não estao em melhor estado que os do fundão, mas estou realmente excitada com
os nomes das matérias. A agua quente acabou nos 3 graus da temperatura que caiu, minha colocatrice me comprou leite condensado e eu li metade do Campos de Carvalho que se desfez em paginas e refez em ideia aguardando no corredor do batiment A.
(por favor, leiam esse livro: A lua vem da Asia)
No final de semana, jantei na antiga casa de Paul Verlaine, o affair de Rimbaud, que nos aguardava no interior do restaurante, ao lado de alguns outros escritores em fotos p&b. Mais uns galãs franceses no espaço reduzido como quase tudo que foi contruido nessa cidade. Depois, uma cerveja relativamente gelada com Aninha num pub um pouco cecezudo, planejamos voltar de bicicleta pra casa; ficou só no planejamento, quem sabe na primavera? Descansei as pernas no domingo, fui num cinema chamado Odeon, que nao é bonito como o nosso, e tem um projeto de sala beeeem estranho: quanto mais pra frente, mais altas são as cadeiras. Botei Chantilli no crepe de nutella, sujei a ponta do nariz. Caminhamos pra Shakeapeare and Co., que não deve ser visitada no domingo porque o transito de pessoas é grande, e o espaço, acredita? pequeno. Mas o charme do filme, da historia de George Whitman, de um livro por dia, da pequena cabine em que podemos digitar na maquina de escrever e das fotos amontoadas numa parede do segundo andar, emana da livraria. Um prediozinho de luz baixa, na beira do Senna: quando se entra, é Hello, não Bonjour. Encontrei numa patreleira que quase nao alcancei (os movimentos são limitados quando se usa mais que duas peças de roupa), "learning to love you more", de Miranda July e Harrell Fletcher. Pronto, terminei o dia sorrindo.


Estou ha 15 dias em Paris

sábado, 6 de fevereiro de 2010

Depois de muitas placas, bilhetes especiais e uma madeleine de máquina, pegamos o trem para Versailles, que fica ao Sul de Paris, o súburbio real, c'est ça.
Uma construção monumental que comporta aqueles 300 cômodos que serviam a realeza revestidos de seda nas paredes, retratos pintados quase amontoados, e camas que parecem pequenas quando vistas em espaços tão grandes.
Quis fazer parte do círculo de amigos de Maria Antonieta, quis ver o filme de novo.
O quarto da Rainha todo decorado de um floral quase kitsch muito romântico printemps me enterneceu. Quis comprar todos os souvernirs. No fim do percurso, quando me abri aos Jardins num dia beijado pelo sol, quis roupas de época, perucas, ai, quis todos vocês do meu lado. Os jardins são caminhos que parecem não ter fim. Versailles é bonito do tamanho que a realeza pode ser. Almoçamos batata cozida recheada num banco em meio a todas as línguas que ali couberam. Um bon apetit simpatico vindo de uma senhorinha francesa, estatuas cobertas, arbustos esculpidos, clicks, sou turista na segunda semana, tentando alcançar, vou sendo maior.


estou ha 11 dias em Paris.

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Acordei as 8 da manhã, estava escuro. Pelo menos a agua queima o corpo e nao preciso fazer "what a felling" no banheiro metade da cozinha tres petite. Nao senti muito frio pela manhã, subi até o ponto mais alto de Paris, Sacre-Coeur, e descobri uma maquina de comprar medalhas dentro da igreja: dessas que se deposita 2 euros, e la embaixo cai o seu presente. achei estranho. fiz cara de que achei estranho.
Coraçao pulando do corpo, meus dias de esteira que se acabaram, cuspindo folego comendo ar gelado, inspirei respirei uns 100 degraus falando falando. Imaginei de olhos abertos Henri de Toulouse-lautrec com o absinto na taça, e voilá, a sujeira da bohemia parisiense ainda deixa seus resquicios, e dizem por aí, tome cuidado com o chateau rouge uma comparaçao a gloria num dia desses a noite. Os que fingem ser mulher, as mulheres demais. Batimentos cardiacos desacelerados tomamamos o metro para perto do Pompidou deja mon amour, mas terça-feira todos os museus fecham.
Como aprendi a tomar café, uma desculpa a mais pra utulizar a mesa do Bistrô de fronte, Paris com chuva é uma merda. Qual cidade nao é? fui a Saint-Denis e voltei. Conhecia uma Tarsila de chapéu azul, acho que vi portugueses no trem de volta.
O Jardim de Luxemburgo tinha meia duzia de pessoas, mas mesmo assim é de se respirar devagar, lê-se, suspiro. Vez ou outra, pessoas fazem cooper de pernas de fora, gente, nao sei como aguentam; A chuva aumentou, nos escondemos, comemos, e corremos pra Champs Elysées. Mentira, corremos nada, metro outro vez.
E saimos na cara, quase embaixo. Aquilo sim é charme de Paris, numa realidade distante. As calçadas são largas, as lojas são grandes, a luz quase toda esta ali. Mas na rua escondida de tras, em sequencia Dior, Chanel, Armani, Jimmi Choo, blablablabla. Era meio conto de fadas, meio mau-gosto cuspido no dinheiro. Vi umas sandalinhas bem mais ou menos nas vitrines, e um segurança em cada porta.
Quer prazer maior que dizer: prefiro as liquidaçoes e um bom filé com fritas.
Subi a Torre Eiffel, cobri as orelhas, achei que fosse sentir medo. Fecharam o terceiro andar, mas do segundo ja vemos o suspirar de luz inteira que é Paris


Pronto, mais uma vez.


Estou ha 8 dias em Paris.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

O mês começou agora. recarrega-se o cartão do metrô numa maquina bem futurista que nao aceita notas de cent euros. Atravessso a avenida, compro chocolates kinder no supermarché e volto pra repetir o processo todo.
Paris tem uma paleta incrivel de linhas de metrô, aos poucos me acostumo com os nomes de dificil pronunciaçao de cada uma das estaçoes. Sabe que aqui tambem existe uma Sao Francisco Xavier? a pronúncia ta distante da nossa. Há um mundo subterreno, de indicaçao cor-número-sentido. Nao tenho encarado ninguém, mas vou só observando pela ponta dos sapatos, e pulando pros fios de cabelo. Na estaçao cluny-la sorbonne o mesmo odor insuportável dos arredores do theatro municipal do Rio de Janeiro, e além dos bebados bonsoir mademoiselle, nao senti nada corporal muito forte.
O frio tem sido pouco gentil, mas ja me sentei de baixo da torre eiffel amarela na noite de lua cheia, comi crepe numa esquina, passei por montmartre e visitei o pompidou duas vezes. Os estudantes com menos de 26 anos entram de graça.Super!
Minhas botas vermelhas confortaveis descem e sobem escadarias que se prolongam, e ja ouvi historias de corredores estreitos que me fizeram sentir medo. Nao conhecer a cidade traz um sensaçao de vulnerabilidade ha qualquer tempo.
Leio as embalagens em francês, as placas e os anúncios, e tento sem pouco êxito pescar trechos de conversas de pessoas que passam por mim: como faziamos, eu e lucenne, nosso trabalho na rua da alfandega, terça-feira a tarde.
Mas penso que esse é só o début: a língua vai se tornando menos distante, um café chega no corredor da sorbonne, e o estilo de vida se acopla ao corpo como se a gente nem percebesse.

estou ha 7 dias em Paris.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Agora tenho um cadeira de cineasta, num apartamento no 5o arrondissement nos 5 graus parisienses de Janeiro. Tomei folego pra sair no primeiro dia, e tenho tomado todos os dias. Pra que a primeira porta se abra, existe um codigo (incrivel: nao morro de frio do lado de lá), pra segunda porta uma chave grande e dourada mais parecida com filmes de historias encantadas. Meu nome na caixa de correio, os interruptores do lado de fora dos cômodos, o banheiro dentro da cozinha. O meu quarto a direita,
o aquecedor que me afaga as costas, o aquecedor que me incita a preguiça.
Existe um papel de parede, uma estante que clama por livros, meus 4 livros que guardam a lingua-morada como ouro. "A linguagem e a vida são uma coisa só". Carreguei o único Guimarães Rosa comigo. Aconteço 4 horas na frente. Os franceses correm a língua, hesito em perguntar, entendo muito pouco do que escuto.
Ainda bem que ver é em silêncio. J'habit avec une fille que é indiscutivelmente francesa, professora de línguas, que diz que o portugues soa como o romeno, e que me escuta com paciência.
A primeira coisa incrivel que vi em Paris: os predios antigos.
A segunda: Elles@pompidou. Minhas mulheres artistas favoritas até o final de 2010.
Exite um mercado só de comida congelada, nao provei o pain au chocolat (estou com medo), minha empresa de telefonia se chama orange e o camembert custa 2 euros.

Estou ha 3 dias em Paris.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

é esse o copo de mar que navego agora.