domingo, 2 de outubro de 2011

Me descasquei para o homeopata. Fui treinando mentalmente meu discurso no carro enquanto constatava como as coisas pareciam tão erradas naquele dia em que resolvi reuni-las em uma reclamação. Porque parece que as vezes espero por uma salvação vinda dele ou das substâncias que devem ou podem faltar em mim. Espero como espero tudo, em formato de grande evento, todo calculado e obviamente decepcionado.
Quando comecei a cuspir tudo o que eu achava errado, e isso era realmente tudo que consistia a minha vida atual dentro daquela reflexão, me senti como uma boa atriz com o texto decorado, impressionando a platéia: eu mesma.
O que acontece de mais interessante, é a nossa capacidade de simplesmente não acreditar em absolutamente nada em alguns dias que acordam, e todas as coisas anteriores terem cor esmaecida e por isso, também nada, nenhuma capacidade de refrescar a existência das possibilidades. As vidas externas não eliminam a dúvida e pensar nelas também não seria o provável interesse momentâneo. A energia é posta no não acreditar.
Mas de repente acordei suando, o sábado foi doce, as pessoas gentis, e me aconteceu de acreditar.

2 comentários:

  1. Eu procuro minha felicidade em bulas de fitoterápicos. Não é saudavel e, na verdade, é até ingenuo. O que me consola e que pelo menos, eu ainda acredito que ela existe.

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  2. pois é bel! acho que procuramos nas coisas mais inusitadas (e isso nos faz acreditar mais?).

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