terça-feira, 14 de junho de 2011

Achei engraçado quando a bel disse que não tinha fotos de amigos nas paredes do quarto porque não gostava que eles a vissem pelada ou dormindo. Engraçado, porque durante muito tempo mantive uma parede coberta delas e gostava justamente de deitar na cama e olhar durante horas para todas as pessoas que eu podia ver todo dia, ou quase todo dia, vez em quando ou quase nunca. Eu as vezes perdia a hora, o fio do pensamento, esquecia os compromissos olhando as fotos em sequencia e me lembrando do que tinha acontecido naquele dado dia. Tê-las na parede me pareceu tão importante por um tempo, que quando pessoas foram embora, porque simplesmente nao pertenciam mais ao espaço que tínhamos em comum, eu tive dificuldades em retirar as fotos. Pensava que se eu as tirasse,estaria definitivamente compreendendo partidas.
Pode parecer bobo, mas tive a mesma sensação quando sai do facebook, porque o transformei numa caixa de memória repleta de fotos, idéias, trocas de afeto virtuais e afins. Achei engraçado então, como nos apegamos a símbolos que representam o discurso, o sentimento, as ações específicas. Deixá-los partir é tão doloroso quanto ver os corpos partirem. Não que isso sirva de fato para as redes sociais, mas é só uma sensação próxima da que tive ao desativar minha conta. Mas com os minutos acumulados sempre prováveis, me acostumei, como sempre nos acostumamos.

Um comentário:

  1. Bia, arrumei os paineis. O problema é o olhar conhecido, aquele que você sabe decifrar. Nos novos tem vários olhos, mas não sei no que estão pensando, com certeza não é na minha nudez!

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